Viagem!

Olá galera!

Bem, esse post será mais pessoal e tentarei ser o mais breve possível nele.

Primeiramente, gostaria de falar sobre umas pequenas mudanças estruturais que fiz no blog. Coloquei uma caixa para você curtir diretamente daqui nossa página no facebook. Se ainda não fez isso, é só olhar aí do lado! :)

Fiz uma nova coluna com links de blogs e páginas interessantes, acho que vale a pena vocês visitarem, pois todas possuem conteúdo que, acredito eu, irá agradar leitores do meu bloguinho.

Hoje (quer dizer, será amanhã, mas madrugada de segunda-feira ainda é domingo), às 2h da manhã, pegarei um vôo do Rio para os EUA, pois estou indo passar 15 dias lá. Quero utilizar essas férias pra relaxar a cabeça e descansar um pouquinho, por isso não estou levando computador, apenas meu celular para não ficar 100% desconectada. Dessa forma, até o dia 28, o blog deve ficar sem novos textos (a não ser que eu atualize de lá, mas caso faça isso, vai ser coisa simples). Como os comentários aqui também são moderados, caso alguém escreva algo possivelmente vai demorar um pouquinho pra eu aprovar, mas farei o máximo possível para correr tudo normalmente.

Minha "malinha". 80% é casaco. Estou quase chorando pelo frio que encontrarei em NY

Queria agradecer MUITO às quase 100 curtidas que temos no facebook e às mais de 1100 visitas! Estou impressionada e extremamente feliz. Devo agradecer de coração ao pessoal do Anatomia da Depressão (link ao lado) que divulgou o meu texto sobre estudar anatomia e angariou mais leitores para o GEM!

Eu ia fazer um texto pra publicar hoje mas acabou não dando tempo, tive que ficar arrumando mala e tal. Mas prometo que, quando voltar, escreverei bastante e trarei muitas novidades e fotos! Se você ainda não leu os textos passados, pode conferí-los!

Novamente, muito obrigada A TODOS por todo o apoio que meu bloguinho está recebendo. Nunca fiquei tão feliz com um projeto assim! Sentirei muita saudade de escrever, mesmo que por apenas 15 dias!

Um abraço a todos!

Dicas de Estudo: Apps

Olá pessoal, como vão?

Primeiramente, gostaria de agradecer ao sucesso que o blog está fazendo! Já passamos de 400 visitas com apenas 4 posts e a recém-inaugurada página no Facebook já recebeu mais de 50 curtidas em dois dias! Estou muito feliz com isso tudo, de verdade. É muito legal ver um projeto dando tão certo assim em tão pouco tempo. Obrigada mesmo!

Hoje vou falar um pouco sobre tecnologia. Algo que me irrita muito é que uma parte considerável de professores ignora os bens que a nova era digital pode trazer para a educação. Estudar por livros gigantes provou por décadas que este não é o melhor meio de estudo existente. É claro que utilizaremos uma literatura privilegiada como base de nossos estudos, mas quantas vezes você leu repetidamente um parágrafo no Guyton, continuou boiando, procurou um vídeo didático sobre o assunto no Youtube e finalmente conseguiu entender?

Insistir no pior e ultrapassado é bastante idiota. Se temos recursos para criar métodos incríveis de aprendizado hoje em dia, por qual motivo gostaríamos que tudo continuasse sendo como era antes? Entendo que para muitos professores seja difícil enxergar a tecnologia como aliada - mas ela está aí para revolucionar a educação. E quem não se adaptar e ficar interpretando isso tudo como "um absurdo", vai ficar pra trás. O mundo muda toda hora, e se não mudarmos junto com ele, viramos peça de museu.

Por isso tudo, acho muito legal quando um professor mais idoso, que claramente não foi criado na era dos computadores, aprende como tudo funciona e tenta colocar a tecnologia em suas aulas, seja apenas fazendo uma apresentação em PowerPoint ou nos mostrando programas interativos. Infelizmente, a maioria não é assim (mesmo até em relação a professores jovens), e quer que continuemos apenas com o recurso do livro empoeirado.

Eu sou apaixonada por tecnologia. Nasci em 1992 e minha casa teve seu primeiro computador lá por 96/97 - um Windows 95 que travava quando abria o Paint (aliás, programa que naquela época chamava Paint Brush - fato muito bem lembrado pelo meu professor de Método Clínico I semestre passado - e me divertiu por horas a fio na infância). Sei imitar o barulho de internet discada e "som do sofrimento" dos primeiros PCs que tivemos, que era ouvido quando tentávamos abrir algum programa (sabe qual é? Aquele rrrrrrrrr). Desde meu primeiro contato, sempre gostei de computadores e da internet, desde sua áurea época lenta com aqueles sites com fundo de nuvenzinha e gif do bebê dançando (sdds Geocities!) até os dias de hoje, com a Web 2.0.

Esta é apenas uma breve introdução sobre o tema que quero tratar hoje - apps para tablets/smartphones que podem te dar um empurrãozinho na hora de estudar. Se você não é estudante da área da saúde, alguns desses aplicativos também podem te entreter bastante e ensinar novas coisas, como imagino ser o caso do 3D Brain.

E não se preocupe - o tema tecnologia e modernização do estudo e ensino ainda será extensamente abordado aqui no blog, pois imagino que seja algo que interesse a todos.

Bem, vamos ao que interessa? Fiz uma listagem com os apps que mais uso e vou mostrar suas funcionalidades. Se você conhece algum app que não está listado aqui, deixe sua sugestão nos comentários!

Prognosis

Preço: gratuito

Compatibilidade: iPhone, iPad, Android

Linguagem: Inglês

 

Este app divertido traz milhares de casos clínicos (que estão sempre sendo atualizados) que testam sua capacidade de diagnóstico. Abrange todas as áreas da medicina (dá pra escolher fazer um caso de pediatria ou cardiologia, por exemplo), você pode escolher quais exames pediria para confirmar sua hipótese (se pedir exame demais, perde ponto na avaliação final!) e qual o melhor tratamento/procedimento a ser realizado no caso.

É legal que o app também é todo feito em desenhos bonitinhos, o que torna o estudo ainda mais divertido. No final de tudo, você recebe uma avaliação sobre como lidou com o paciente selecionado, o que te permite observar em quais pontos precisa melhorar (seja no raciocínio clínico, na avaliação do tratamento, etc.)

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Medscape

Preço: gratuito

Compatibilidade: iPhone, iPad, Android

Linguagem: Inglês

O Medscape (nome que lembra o Netscape, o primeiro navegador na internet que usei - alguém lembra?) é um app clássico que traz informações recentes de artigos, remédios, procedimentos, entre outros, organizadas nas subcategorias dentro da medicina. É um aplicativo que organiza o conteúdo do site que o gerou.

Para utilizar tanto a página da web quanto o app, é necessário criar uma conta, mas isso também é gratuito. Este aplicativo é muito diverso e acaba se tornando item indispensável para atualizar conceitos e informações. Também possui outros serviços, como a possibilidade de "cruzar" duas drogas aleatórias e descobrir se existe alguma interação medicamentosa entre elas (serviço que não é exclusivo do Medscape). Muito mais fácil assim do que ficar caçando no Goodman (com o risco de não ter).

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MicroGuide

 Preço: gratuito

Compatibilidade: iPhone, iPad

Linguagem: Inglês

O MicroGuide é um app para consulta rápida de antibióticos. Podemos conferir as melhores escolhas de antibiótico para adultos e crianças (divididos em duas categorias) e para casos graves como sepse, infecção por MRSA e por Clostridium difficile. O aplicativo também apresenta textos sobre a conduta ao receitar antibióticos, recomendações de dosagens e como agir no caso de alergia à penicilina.

Temos também a opção de selecionar o sistema acometido.

É claro que ninguém vai sair receitando de acordo com o que o MicroGuide diz (ainda mais que não é um aplicativo brasileiro, de acordo com as normas do o Ministério da Saúde), mas é ótimo para dar uma revisada em relação a antibióticos e infecções de diversos aparelhos do corpo humano.

E ah, o bichinho do ícone é fofinho. Ponto positivo!

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iSurf Brainview

Preço: gratuito

Compatibilidade: iPhone, iPad

Linguagem: Inglês

Este app é incrível e quem gosta de neuro vai achar o máximo. O aplicativo mostra três planos de ressonância magnética e se você clica em algo, ele seleciona o componente todo (em vermelho) e te diz o que é. Ainda há pequenos testes que você pode fazer onde deve-se responder corretamente qual é a estrutura marcada.

 Um dos exemplos de teste que se pode fazer.

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3D Brain

Preço: gratuito

Compatibilidade: iPhone, iPad, Android

Linguagem: Inglês

O 3D Brain é um aplicativo muito legal - e novamente vai agradar os fãs da neuro. Você pode mexer na figura e vê-la do tamanho que quiser, na posição que te interessar. Ainda pode selecionar estruturas para que elas sejam destacadas (como na foto, os Núcleos da Base) e ler um pequeno texto em relação ao que você escolheu. 

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Epocrates

 Preço: gratuito - mas versões mais completas são pagas

Compatibilidade: iPhone, iPad, Android

Linguagem: Inglês

O Epocrates foi o primeiro app de medicina com o qual tive contato - e recentemente lançou uma versão para iPad (com o tamanho correto da tela). A sua função free é mostrar diversos medicamentos, suas peculiaridades e inúmeras interações medicamentosas (como disse, o Medscape também faz isso, mas acho que esse função é melhor executada aqui).

Como podemos perceber, ele tem outros recursos e possui uma interface bem amigável. Como falei anteriormente, é possível pagar para baixar versões mais completas, com informações sobre doenças, procedimentos, entre outros. Mas aí fica a gosto do freguês.

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Patología

 Preço: US$1.99 na AppStore

Compatibilidade: iPhone, iPad

Linguagem: Espanhol

O Patología é um app em espanhol (quem não sabe falar dá pra se orientar pelo portunhol) que possui imagens muito bonitas de diversas lâminas, com uma breve e objetiva descrição de cada uma. Ótimo pra revisar antes das provas práticas de micro!

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Gray's Anatomy

Preço: há uma versão gratuita e a Premium (que é paga); mas a diferença entre elas é pouca, então fique com a primeira

Compatibilidade: iPhone, iPad, Android

Sou uma grande fã do Netter quando o assunto é atlas - porém o app baseado no livro é péssimo. A versão gratuita não tem praticamente nada, e a premium é um dos aplicativos mais caros que já vi na vida: US$80 na AppStore. Se for pra ter um mini-atlas tecnológico - com vários textos explicativos muito bons - vá de Gray's. O app é muito bom e é bem semelhante com o MedAnato HD, que falo a seguir.

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Apps Brasileiros

A fabricante AppMedBr produz apps de extrema qualidade, muito didáticos e totalmente em português. Até agora eles possuem os aplicativos iAuscultar, MedGasometria, MedAnato HD, ECG Clínico, iSemiologia, MedGravidez, Guia de Vigilância Epidemiológica, MedIntoxicação, Emergências Cirúrgicas e iVentilação. Eu possuo quatro destes (iAuscultar, MedAnato HD, ECG Clínico e iSemiologia) e gosto muito do conteúdo que eles oferecem! No iAuscultar, por exemplo, podemos escutar sons de bulhas extranumerárias, sopros diversos, estertores e muito mais. É claro que um sopro que eles colocam é O Sopro - bem forte. Mas pra começar a aprender é incrível. Em todos os aplicativos feitos por eles temos pequenos textos explicando o tema de forma bem concisa, o que facilita o estudo também.

Os apps, em sua maioria, não são gratuitos - na AppStore variam entre US$2.99 e US$9.99. Mas, pelo menos em relação aos que tenho, vale muito a pena. Se a maioria dos aplicativos que sugeri anteriormente servem mais para consulta/teste de conhecimento, esses aqui são uma verdadeira aula.

Alguns fotos dos apps em ação:

Para saber mais, procure por "AppMedBr" na AppStore ou no Android Market (que, se não me engano, mudou de nome, e eu não me lembro como é o novo).
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Essas resenhas são bastante superficias, pois explicar o que cada app faz basicamente não ocupa muitas linhas. É necessário que você teste os aplicativos e veja se gostou para realmente formar uma opinião em relação a eles.

Bom pessoal, por hoje é só! Espero que essas opções de apps tragam um estudo mais dinâmico e interessante para aqueles que possuem um smartphone/tablet. Quem não tem pode combinar uma tarde junto com o colega que tem para testar essas aplicativos, e ainda aproveitar para botar a matéria em dia. =)

Um abraço a todos!

Filme: Sicko (2007)

Ao contrário da maioria das pessoas, eu curto um pouco a solidão. É quando fico sozinha que faço minhas melhores reflexões e crio pensamentos que me seguirão pelo resto da vida. Gosto da presença de outros ao meu redor, mas não troco pelo menos uma noite calma em casa por nada.

Ser uma pessoa extremamente reflexiva tem seus altos e baixos. É bom por que às vezes você consegue enxergar atrás do que chamam de "senso comum", aquilo que as pessoas nem ao menos se questionam sobre o por quê funciona assim. E também por que questionar e desenvolver teorias próprias em cima de comportamentos e fatos é bastante divertido. Porém, em outras situações, você pode entrar em overthinking - eu mesma acho que me percebo nessa condição repetidas vezes. Pensar muito e refletir sobre tudo pode trazer certa tristeza - principalmente quando você entende que a maioria das pessoas não está nem aí pra nada, não tem vontade de evoluir sua mentalidade e não se importa em nascer, morrer e ser esquecida no mar humanos que passou em branco por este mundo.

Eu acredito sim que a "ignorância é uma bênção" - por que quem é ignorante acaba sendo mais feliz por não analisar a fundo fatos e perceber ideologias - mas agradeço por não ser "abençoada".

Essa pequena introdução - e desabafo - não tem tanto a ver com a resenha que farei agora, mas foi nessa minha recente "onda pensante" que resolvi baixar e assistir vários documentários. Num só fim de semana vi Sicko, Tiros em Columbine, Fahrenheit 9/11 e Zeitgeist (os três primeiros do Michael Moore). Gostei muito de Sicko (falarei mais a seguir). Achei Tiros em Columbine genial (tenho muito interesse por casos como  Columbine e o pelo perfil psicológico das pessoas que cometem tais atrocidades), só acho que o aspecto psiquiátrico foi pouco abordado - porém a reflexão sobre o fácil acesso a armas nos EUA é excelente. Ainda farei uma resenha! Fahrenheit 9/11 foi bom, mas teria sido mais interessante se eu fosse americana. Zeitgeist achei um pouco exagerado... na terceira parte já estava meio enfadonho. E descobri que tem muitos furos nos fatos que o cara usa. Mas tem coisas que acho válidas no filme.

Bem, vamos a Sicko. Este documentário é uma crítica ao sistema de saúde americano. Eu já tinha ouvido sobre ele, mas foi o professor de Saúde Coletiva que recomendou em uma de suas aulas no terceiro período. Fiquei com vontade de assistir, mas só agora nas férias que lembrei de baixá-lo.

Pra qualquer um com cultura que vá além do que a Globo mostra, aquilo que é visto em Sicko não é surpresa. Nos EUA não há saúde pública - ou você paga seu tratamento, ou o "seguro saúde" paga pra você. Só que, como Michael mostra ao entrevistar várias famílias, fazer o seguro pagar o tratamento - ou mesmo consegui-lo de forma geral - é uma coisa muito difícil.

O filme começa com o exemplo de um senhor que não possui seguro e perde a ponta dos dedos médio e anelar da mão direita num acidente com uma serra elétrica. Quando chega ao hospital, são oferecidas a ele duas opções:  reimplantar o dedo médio por USD$60.000 ou o anelar por USD$12.000. Por querer continuar tendo seu dedo bonitinho para usar a aliança de casamento (e por ser muito mais barato, convenhamos), ele escolhe ficar com o dedo anelar.

Mas a maioria dos casos relatados não são sobre pessoas que não tem seguro, e sim sobre aqueles que o possuem mas tiveram o financiamento do tratamento que necessitaram. São todas situações bizarras - uma das que mais que chamou atenção foi de uma senhora que não conseguiu tratamento para seu tumor no cérebro por que alegaram que essa condição "não representava risco de vida". Ela acabou morrendo alguns meses depois.

Ao longo do filme, somos confrontados com muitos que perderam familiares pela falta de compromisso do seguro ou que vivem falidos hoje por que gastaram todo o seu dinheiro em despesas hospitalares. Há também médicos e ex-empregados dessas seguradoras relatando que tinham uma "cota" mensal de financiamento que podiam liberar, e que quanto menor ela fosse, maior a chance de serem promovidos. É muito bizarro mesmo.

Michael também relata o caso de uma moça com diagnóstico de câncer que vive na fronteira entre EUA e Canadá e se casa com um canadense para conseguir tratamento gratuito - já que o seguro lhe negou isso em seu país natal. (Aliás, em Tiros em Columbine Michael também mostra como morar no Canadá é legal, lá deve ser bom mesmo hahaha)

O filme nos leva a outros países que possuem um sistema de saúde pública exemplar também: Inglaterra, - com seu lindo NHS, e onde os hospitais te dão dinheiro caso você não tenha como voltar pra casa -  França - onde, se você não estiver se sentindo bem, pode ligar pra um hospital que vai um médico de carro até a sua casa te atender - e Cuba - onde ele leva de barco pessoas que trabalharam nos escombros do WTC e hoje possuem problemas respiratórios graves para se tratar, já que tiveram esse direito negado em seu país. Para quem conhece bem outros sistemas de saúde, nada disso é muito surpreendente - mas é interessante perceber que até Cuba, tão pixada na mente americana, tem muito mais a oferecer neste quesito que os EUA.

Uma coisa que realmente me deixou pasma no filme foi o fato de a maioria dos americanos ser extremamente contra a saúde pública. Isso eu até tinha noção - o que eu não sabia era o esforço do governo para manter tal mentalidade. Os políticos fazem discursos do tipo que os médicos vão morrer de fome (e aí Michael mostra o médico inglês que trabalha pro NHS como GP com seu carrão e seu apartamento num bairro chique de Londres), que o governo não vai deixar ninguém usar o sistema e que se você quiser algum remédio, não vai poder ganhá-lo. Chega a ser idiota, mas é assim. Lembrando que o Obama quase não foi reeleito devido à perda de popularidade que sofreu depois que começou a querer implantar um sistema de saúde gratuito.

No geral, o filme é bem legal, mas pra quem é esclarecido não vai trazer tantas surpresas. Mesmo assim recomendo que todos assistam (principalmente quem é da área da saúde). 

Eu diria que esse documentário é ideal praquelas pessoas que tem a mentalidade "nos EUA até mendigo fala inglês". Por que mostra um aspecto extremamente negativo da cultura americana.

Eu observo certa dualidade entre as pessoas quando o assunto é Estados Unidos - tem gente que meio que idolatra, mesmo sem admitir (por que virou meio que vergonha "ser paga-pau" dos EUA hoje em dia); gente que odeia, mas a maioria baseada na aula de socialismo que teve na sétima série; e gente que não liga, afinal, pensar e ter opinião é muito chato e complicado mesmo. Quando o furacão Sandy destruiu cidades da costa leste americana, vi muita gente falando "mas os EUA merecem mesmo". Acho que também não é por aí. Nada no mundo é 100% ruim nem 100% bom. Da mesma forma que quem ama os americanos e acha o Brasil uma merda não está correto. Lá, muita coisa dá certo e é extremamente bem organizada - mas a saúde não é um exemplo tão bom.  A maioria das novas técnicas de tratamento, pesquisas importantes e revoluções no conhecimento médico sai de lá - o que é notável - porém o acesso da própria população a isso está bastante precário. Tanto que eles mesmos fazem artigos elogiando nosso tão odiado SUS.

Aliás, SUS é um assunto pra um post a parte. Já vi muita gente ignorante tentando dar uma de "o grande conhecedor das profundezas sociológicas da humanidade" dizer que qualquer tipo de saúde pública no Brasil devia ser abolida, e tudo virar privado. Quem fala isso é o mesmo tipo de pessoa que fez a piadinha do Lula fazer tratamento pelo SUS quando foi diagnosticado com câncer. O pessoal devia parar de pensar só no que a TV passa e procurar saber mais sobre aquilo antes de falar asneira (se fizessem isso, o mundo ia ser muito melhor, né?). O SUS é um sistema extremamente bem organizado, ele só não funciona do jeito que deveria pela falta de competência de certos profissionais, políticos e por preconceito da própria população - que reclama quando o postinho demora 2 meses pra marcar uma consulta, mas quando no plano leva o dobro do tempo, não tem problema.

Enfim galera, é isso. Não esqueçam de comentar, deixar sua opinião e me indicar novos filmes e documentários também. Você também pode seguir o blog pelo feed de email, pelo Google Friend Connect e recomendar com o Google +. E divulgar esse texto e os outros pros seus amigos que possivelmente se interessarão :D

Um abraço a todos e até breve!

Dicas de estudo: Anatomia

Olá pessoal! Hoje finalmente começarei o tipo de postagem que quero usar no blog, com dicas pra facilitar a vida de todos. Hoje começarei com um post que preferencialmente ajudará aqueles que fazem algum curso da área da saúde e precisam estudar Anatomia, mas se você se deparar com uma matéria em que é necessário memorizar muitos nomes, pode tentar aplicar estas sugestões à sua rotina de estudos.

Gostaria de começar este post falando minha relação com esta matéria. Bem, a anatomia é uma das disciplinas mais populares do curso de medicina entre os leigos (quando você está no internato vem gente perguntando o que você está estudando em anatomia) - talvez pelo fato de muitas aulas práticas serem ministradas em cadáveres inteiros ou peças retiradas dos mesmos. A curiosidade em relação à morte por parte de quem não lida com ela diariamente é grande. Se você é estudante de uma área da saúde, com certeza algum parente ou amigo te perguntou se você já tinha visto um cadáver, qual era o estado em que ele se encontrava, qual o cheiro que o formol tem. Ainda farei um texto sobre isso!

Do ponto de vista de quem está na faculdade, a anatomia é uma disciplina básica, ministrada no ciclo básico (os dois primeiros anos do curso de medicina). Fica a critério da faculdade a divisão dos módulos de anatomia, sendo que a maioria opta por dividí-la em três ou quatro. Na minha faculdade temos três (Anatomia I, II e Neuroanatomia). Apesar do caráter de base desta matéria, ela é importante para o resto do curso. Obviamente, com o tempo, vamos esquecendo os nomes de certos detalhes, mas é importante recordar sempre e gravar permanentemente a nomenclatura, posição e características pertinentes às principais estruturas do corpo humano.

Preciso admitir que anatomia não era uma das minhas disciplinas preferidas no início do curso (eu era mais da turma da fisiologia). Achava a AnatoI, com todos os seus músculos, ossos, nervos e plexos bastante enjoada. AnatoII e Neuroanato foram matérias que gostei bastante, talvez por que fossem um pouco mais aplicáveis a casos clínicos e envolvessem estruturas de sistemas mais diversos. Mas mesmo assim, ainda achava um pouco chato quando tinha que decorar diversas estruturas apenas para a prova e logo depois esquecia (nunca vai entrar na minha cabeça o nome de todos os núcleos dos nervos cranianos - se eu precisar, vou ter que consultar).

De qualquer forma, felizmente, sempre tive certa facilidade na hora da decoreba, então pra mim era tranquilo bater o olho nas estruturas e identificar na prova prática. É claro que não lembro a maioria dos nomes menos importantes agora, mas muita coisa consegui fixar permanentemente na cabeça seguindo algumas técnicas de estudo que adotei quando estava cursando anatomia.Vou descrevê-las neste texto a fim de ajudar quem está passando por essa matéria.

1) Desenhe (do seu jeito)

Atlas de anatomia geralmente são livros caros - e as figuras geralmente vêm com muitos nomes que não são tão necessários de saber. Para contornar este problema, você pode comprar um caderno de desenho (daqueles baratinhos de criança) ou mesmo encadernar folhas A4 em branco e desenhar as figuras, destacando as estruturas que interessam a você.

Não é por que você não sabe desenhar que esta dica não vai dar certo - tente fazer a figura do seu jeito, ou até utilizar aquelas folhas transparentes nas quais dá pra copiar diretamente o traçado do livro.

Utilizar muitas cores (tem que ficar bem Restart mesmo haha) e associar colorações específicas a sistemas também ajuda muito a memorizar mais fácil, principalmente para aqueles que tem memória fotográfica.

Se você acha que não dá conta de desenhar ou copiar a ilustração do livro, pode xerocar a página e colorir por cima, escrever e fazer o que quiser.

Enquanto você trabalha na sua ilustração, os nomes e estruturas vão entrando aos poucos na sua cabeça e ao final já está tudo lá - sem precisar de muito esforço. É bom revisar algumas vezes antes da prova e continuar olhando de vez em quando depois que ela passar, para manter a informação sempre atualizada.

>> Este método de estudo é um pouco demorado. Certas ilustrações podem demorar até duas hora para serem terminadas (principalmente se você for utilizar cores e outras ferramentas). Dessa forma, é bom mantê-las sempre em dia com o que está sendo dado em sala de aula. Não dá pra estudar assim na semana da prova.

Alguns desenhos que fiz:

Já vi uma galera do segundo período com xerox dessas folhas. Surpresa! Fui eu que fiz hahaha

Músculos restart

 Essas duas últimas foram feitas para uma apostila de Neuroanatomia

2) Utilize sites na internet e artifícios tecnológicos

Alguns sites, como o Aula de Anatomia, possuem uma coleção excelente de imagens (em que os autores tiram boa parte da quantidade absurda de nomes nelas listadas e deixam só o que é mais importante) acompanhadas de pequenos resumos sobre o tema. Muitas vezes você pode se deparar com esquemas didáticos neste site muito bons também.

O Youtube também oferece uma boa quantidade de professores ministrando aulas em vídeo (embora a maioria seja em inglês - se você é fluente, não será problema). Se você faltou um dia e perdeu matéria, vale a pena procurar o tema neste site (utilize palavras-chave em português e em inglês) - acredito que a maioria dos temas abordados pela anatomia possuam vídeos de alguém dando aula destacando estruturas em peças (tanto de plástico como de verdade). Já existem dois canais brasileiros (se você sabe de mais algum, comente!) de aulas de conteúdo médico no Youtube - o Resumed e o Teoria da Medicina. Você pode conferí-los e ver se já foi publicada alguma aula referente ao conteúdo que te interessa.

Na era dos smartphones e tablets, também existem muitos aplicativos (tanto para iOS quanto para Android e Windows Phone) em que você pode visualizar estruturas em 3D (excelente para compreender partes do corpo que tem formas mais complexas e que necessitam de profundidade para serem bem visualizadas, como o crânio e o osso do quadril), figuras 2D, fazer anotações e ler resumos que já vem no aplicativo. Pretendo fazer um dos próximos posts sobre esse tipo de mídia, mas já cito aqui alguns que merecem destaque: 3D Brain (em inglês e gratuito), Gray's Anatomy - que possui versão lite gratuita e premium, com apenas algumas figuras a mais (em inglês) e MedAnatomia (pago). O Netter tem seu aplicativo mas a versão grátis é muito pobre e a versão premium custa 80 dólares na AppStore (muito caro!). Se você buscar por "anatomia" na loja que seu sistema operacional utiliza, vai encontrar diversos aplicativos, muitos gratuitos e outros por preços bem módicos.

3) Tente aplicar aquele assunto no contexto clínico

O MEC, hoje em dia, exige muito essa interdisciplinaridade das faculdades de ciências da saúde. Pelo menos onde estudo, os professores tentam sempre encaixar casos clínicos naquilo que estamos estudando - algo que pode deixar um estudante de ciclo básico um pouco perdido. Porém, muitas vezes, e quando tudo é bem explicado e entendido, fica mais fácil entender e gravar a anatomia baseando-se na clínica. Eu mesma me lembro que, quando estudamos a anatomia do fígado e das vias biliares, fomos engolidos por uma enxurrada de pessoas falando sobre cirrose e hipertensão portal. Acabamos estudando tanto isso que a parte "chata" da decoreba entrou na cabeça por osmose.

O livro-texto Anatomia Orientada para a Clínica (mais conhecido pelo nome de seu autor, Moore) tem quadros bem legais sobre aplicação anatômica no cotidiano médico em cada assunto abordado. Vale a pena dar uma lida.

4) Associe músicas a assuntos

Essa dica, no geral, serve pra qualquer matéria em que muita coisa precisa ser memorizada. Acho que, de tudo que citei até agora, essa opção é a melhor pra quem está enrolando e terá prova em poucos dias. 

Eu utilizava bastante essa "técnica". Quando nem desenhando, resumindo ou fazendo qualquer já falei adiantava, eu botava uma música nos fones no repeat e ficava revisando as estruturas até me sentir segura. Depois escutava de novo sem olhar no livro e ficava relembrando os nomes. Antes da prova dá ouvir uma playlist com as músicas que você utilizou para estudar.

De todas as técnicas, essa é a que menos serve para aprender e mais para decorar. Mas na hora do desespero, ajuda bastante. E você não acaba desaprendendo tudo depois - lembro até hoje de estruturas dos ossos do braço quando escuto Yesterday Once More dos Carpenters.

5) Use a lógica

Muitos nomes fazem referência ao formato, aparência ou origem da estrutura e ao local onde ela se encontra. Tendo isso em mente, se na hora da prova der branco, pense nisso. Me lembro da prova prática de Anatomia I: uma das estruturas marcadas no osso do quadril era uma bolotinha (tubérculo) no púbis. Fiquei muito nervosa na hora (calouro fazendo prova de anato é um auê) e esqueci o que era - mas pensei nisso e coloquei "tubérculo púbico". E era mesmo.

É claro que isso não dá certo pra algumas coisas (principalmente se você tem um professor que adora epônimo), mas se você manter a calma na hora do branco e pensar nisso e no que estudou, é bem capaz que o nome apareça na sua cabeça novamente. Se você realmente não faz nem ideia do que é aquilo, bola pra frente, deixe em branco ou invente alguma coisa para divertir seu professor na hora de corrigir. Lembre que você tem certa quantidade de tempo para responder as outras coisas e que isso acontece nas melhores famílias. Não fique nervoso por não ter conseguido, isso pode te atrapalhar no restante da prova.

Um último lembrete: não deixe de estudar pelo livro que escolheu. Ele oferecerá muito conhecimento e será a base dos seus estudos para que essas dicas funcionem. Elas devem ser utilizadas para a parte enjoada de memorização. Anatomia tem muita teoria, e é importante saber bastante coisa. É claro que nem sempre você vai conseguir estudar pelo livro, mas se sobrar tempo dê preferência a ele.

Eu nunca fui uma das melhores de anatomia da minha sala mas tudo isso me ajudou muito a estudar. É claro que boa parte das coisas a gente acaba esquecendo com o tempo, mas revisar algo que já se soube bem é mais fácil do que ter que reaprender tudo de novo.

Bom pessoal, é isso que tenho pra falar por hoje. Se você possui uma dica interessante e quer compartilhar, não deixe de comentar. A anatomia, assim como outras matérias, ainda será bem abordada aqui, com resenhas de livros-texto, atlas e outras temáticas relacionadas.

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Abraços a todos!